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A empresa de autopeças Schaeffler, em Sorocaba, tem insistido em apresentar propostas de Programa de Participação nos Resultados (PPR) não satisfatórias aos trabalhadores. Por isso, eles reprovaram pela segunda vez o valor do benefício, em assembleias realizadas na quinta-feira, dia 17, em todos os turnos.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Valdeci Silva (Verdinho), membro do CSE da Schaeffler, a empresa tem se aproveitado do cenário econômico do país em outros segmentos como desculpa nas negociações.

“Mas o setor de autopeças só tem crescido. O faturamento das fabricantes de autopeças cresceu 23,8% nos primeiros três meses deste ano. Sem contar as exportações que aumentaram 34% sobre o mesmo período do ano passado”, disse.

Na porta da fábrica, Verdinho explicou que a empresa, inclusive, tem desafiado o Sindicato e a Comissão de Fábrica eleita pelos trabalhadores para negociar o PPR. “O trabalhador só quer receber o que lhe é direito e foi conquistado com o suor do seu trabalho. Para uma empresa que dizia querer fechar logo a negociação, não é o que tem demonstrado”, criticou.

Verdinho explica que já foram realizadas diversas reuniões de negociação de PPR e, até agora, não foi possível chegar a um consenso sobre o valor da segunda parcela, que é atrelado às metas.

O dirigente sindicato e os membros do CSE da Schaeffler informaram os trabalhadores que deram até a festa de 60 anos da empresa, que acontece dia 10 de junho, para que seja apresentada uma proposta satisfatória. “Se não aprovarmos o PPR até lá, não vamos sair da porta fábrica, denunciando a situação”, afirmou.

 

Mobilização

Na assembleia, o presidente do SMetal, Leandro Soares, falou sobre a importância da unidade e mobilização dos trabalhadores durante todas as negociações. Ele lembrou que a luta deve ser contínua, para garantir um bom valor de PPR, uma grade salarial justa e boas negociações na Campanha Salarial, entre outras pautas.

“Com a Reforma Trabalhista implantada, precisamos mais do que nunca ter a compreensão de nos entendermos enquanto classe trabalhadora. Ou, infelizmente, corremos grande risco de que todas a pautas aprovadas pelo governo e pelos patrões sejam para prejudicar ainda mais os trabalhadores”, finalizou.