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Teori Zavascki citou Temer nas investigações da Lava Jato
Segundo a denúncia, Temer faria parte de um grupo de políticos que estaria tentando barrar o avanço da operação Lava Jato, pois as investigações estavam chegando perto demais de pessoas que tentavam tomar o poder no futuro por meio da derrubada da presidente Dilma.
O nome do presidente surgiu durante delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. A delação premiada foi homologada (validada) por Teori em maio de 2016 e contém citações também ao ex-presidente José Sarney, a senadores do PMDB, a políticos do PSDB, inclusive Aécio Neves, PP, PT, DEM e a ex-ministros de Estado, como Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Ideli Salvatti.
Machado também afirmou na delação que Temer havia pedido doações ilegais para a campanha da Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo em 2012.
Propina
Também em maio do ano passado, o ministro Teori havia mencionado Michel Temer em uma liminar que determinou o afastamento do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Temer teria recebido R$ 5 milhões de propina, quando era vice-presidente, para articular apoio a Cunha.
Em setembro de 2016, o ministro do STF autorizou as investigações das pessoas citadas por Machado e fatiou o processo para que cada denúncia fosse apurada em mais detalhes.
Para março deste ano estava prevista a homologação de mais delações da Odebrecht pelo ministro Teori.
Ameaças à família
Em junho, o filho do ministro, Francisco Zavascki, havia divulgado nas redes sociais a existência de ameaças à sua família. "É obvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é que criminosos do pior tipo, (conforme o MPF afirma), simplesmente resolveram se submeter à lei. Acredito que a lei e as instituições vão vencer, porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, você já sabem onde procurar...! Fica o recado!", escreveu Francisco no Facebook.
Logo em seguida, o próprio Teori confirmou à imprensa a existência dessas ameaças. Mas afirmou que não via seriedade nelas.
Com a morte de Teori, existe a possibilidade do próprio presidente Temer nomear o novo relator da Lava Jato no STF.
Pedido de investigação
"A correlação entre o avanço da Lava Jato sobre representantes da direita, a atuação firme do relator nesse sentido e a morte não natural dele no curso das investigações têm gerado fortes debates nas redes sociais", ressalta o secretário-geral do SMetal, Leandro Soares.
"É claro que não podemos confiar de imediato em teorias de conspiração. Mas as investigações sobre a queda do avião também não podem descartar a hipótese de crime. Diante dos fatos que existem, se essa possibilidade for descartada de imediato pelas autoridades, a população terá o direito de passar a suspeitar mais ainda do ocorrido", avalia Leandro.
Além de Teori, 68 anos, estavam no avião bimotor PR-SOM o piloto, Osmar Rodrigues, 56 anos; o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, do Grupo Emiliano; 69; Maira Lidiane Panas, 23; e a mãe dela, Maria Ilda Panas, 55. Maira era massoterapeuta e prestava serviço ao empresário, que fazia tratamento no ciático.
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